Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 28 de maio de 2013

Lagares Cavados na Rocha, Lagariças ou Lagarelhas

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Não sabemos há quantos séculos, os primeiros habitantes deste concelho, se tornaram sedentários, construíram as suas habitações, frequentemente muralhadas, e passaram a cultivar os campos, a conservar os cereais, a plantar árvores de fruto e a domesticar animais. Podemos concluir que eram sociedades que encontraram um eapaço aprazível, onde já não era necessário praticar o nomadismo, ao encontro das melhores pastagens para o pastoreio, do mel ou dos frutos doces e maduros. Possivelmente verificaram que as uvas guardadas na tijela de barro tinham originado um líquido aromático e agradável de beber. Mas, também, pode ter acontecido que um viajante lhes tenha trazido esta arte de produzir o "Néctar dos Deuses".
O facto é que a Vitis vinifera se adaptou maravilhosamente neste território, possivelmente antecedida da Vitis sylvestris, e que os nossos antepassados disponibilizaram tempo e recursos para cavarem na pedra os lagares que o Autor ( Drº Adérito Medeiros Freitas) nos mostra mas que, naturalmente, seriam muitos mais, alguns ainda não descobertos e outros já destruídos ...

(Parte do Prefácio da obra "Lagares Cavados na Rocha" assinado por Eng. Augusto Francisco Sequeira Lage)

Nem sempre é possível determinar a cronologia dos lagares escavados na rocha, lagariças ou lagarelhas. A antiguidade deste tipo de estrutura vinícola é atestada pelas referências bíblicas: "Um chefe de família plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar...".




















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