Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Coisas do arco-da-velha!






“MOINHOS do RIO CALVO, em LEBUÇÃO”

Coisas do arco-da-velha!


A Natureza «natural» e, alguma, humanizada, enxameia de pirilampos reluzentes a nossa mente, e põe em torvelinho a nossa imaginação.

Logo de seguida entram relâmpagos de memórias. Chiam alcatruzes de noras. Zumbem as velas dos moinhos de vento.
Alonso Quijano e seu fiel escudeiro «dieron en un pradecillo que al pie [….] de las peñas estaban unas casas mal hechas, que más parecian ruinas de edifícios que unas casa, de entre las cuales advirtieron que salia el ruido e estruindo de aquel golpear, que aún no cesaba».

[…]Y eran …seis mazos de batán, que com sus alternativos golpes aquel estruindo formaban”!

Entristece-me ver moinhos entregues a um desprazível abandono.

Quisera eu que, ao menos, os caminhos que a eles levam não estivessem cobertos de «redes de hilo verde… más fuertes que aquella com que el celoso dios de los hereros enredo a Venus y a Marte», e que, junto a eles, moleiras e pastoras recitassem graciosamente églogas “del famoso poeta Garcilaso, y del excelentisimo CAMOES, en su misma lengua portuguesa”!

Olhando os Moinhos do Calvo, o dlim-dlão do assombro e do espanto, leva-nos das margens do Calvo às fraldas da Sierra Morena, e daí às margens do “Bear Run”, na Pensilvânia, ao lugar da (para parecer mais fino) “Fallingwater house”.

Zeus até me sussurou que o arquitecto “Xico Carpinteiro (Frank Wright)”, seduzido pela «afamada» fama de uns pimentos e de uma sêmea, veio à Normandia Tamegana, meteu-se por caminos e atalhos de LEBUÇÃO, perdido com as «cambiantes» da Natureza desse Planalto da Castanheira, e, topando com uns moinhos do arroio a que dão o nome de Calvo, se inspirou num destes moinhos para desenhar a Casota dos “Comerciantes (Kaufman)”, também conhecida mundialmente como “A CASA da CASCATA”!

Ora, está mais que visto que qualquer canto ou recanto da NORMANDIA TAMEGANA dá para enfeitiçar a alma de qualquer anjo ou demónio, quanto mais a de um génio, de um louco … ou até só sonhador!

Romeiro de Alcácer























Sem comentários: