A caminho da aldeia, em ruínas, o meu olhar vagueia pelas casas que já foram lares e albergaram famílias, e detenho-me no Rabaçal que corre, agora, mansamente, abrindo caminho numa paisagem deslumbrante.
Quando dou por mim, já estou no Cachão, outrora mundo de lavradores, pastores e lavadeiras que fizeram das águas deste rio uma maneira diferente de ganhar o pão.
Depois é o desenrolar do tempo, entre o pastorear e o bater da roupa nas pedras do rio. Pelo meio ficam os campos, onde homens e mulheres gastaram os dias e as vidas, para lhes tirar, com a força do corpo, os frutos de muitas canseiras.
E o Rabaçal, sempre o Rabaçal, a regar, a saciar os animais, a matar a sede na terra que hoje está deserta, mas já teve cortinas nas janelas e vasos de malmequeres nas varandas..
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