Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 22 de abril de 2014

Aldeias de Trás-os-Montes estão a ficar despovoadas




A caminho da aldeia, em ruínas, o meu olhar vagueia pelas casas que já foram lares e albergaram famílias, e detenho-me no Rabaçal que corre, agora, mansamente, abrindo caminho numa paisagem deslumbrante.
Por cima de nós o céu azul onde, por vezes, aparece uma nuvem branca, tão branca como as pedras que o rio vem polindo, ao longo dos anos!
Quando dou por mim, já estou no Cachão, outrora mundo de lavradores, pastores e lavadeiras que fizeram das águas deste rio uma maneira diferente de ganhar o pão.
Depois é o desenrolar do tempo, entre o pastorear e o bater da roupa nas pedras do rio. Pelo meio ficam os campos, onde homens e mulheres gastaram os dias e as vidas, para lhes tirar, com a força do corpo, os frutos de muitas canseiras.
E o Rabaçal, sempre o Rabaçal, a regar, a saciar os animais, a matar a sede na terra que hoje está deserta, mas já teve cortinas nas janelas e vasos de malmequeres nas varandas..



















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