PAIXÃO
O espinho
Pedaço de desdém dos Homens cravejado na coroa do Rei
Convoca o sangue para o cálice da dor de um instante
Sexta-feira
A paixão
E o filho de Deus sucumbe traído pelo beijo da sua gente
Ecce Homo
Eis o Senhor do caminho
Ruas e pó de Jerusalém
E os Passos de um condenado na rota do Golgota
Passos sacros entre quedas pela bênção do peso de uma infindável cruz
Há homens que gritam
Mulheres que choram
Há Simão de Cirene
A Verónica…
E na História e a sangue se grava eterno o rosto do Homem que marca até o contar do tempo
Senhor do Calvário
Deus na cruz entre ladrões
A dor
A vergonha
O sacrário de um momento ao dobrar da tarde para um instante no paraíso
Há trevas que abafam o pranto…
As lágrimas de Maria na Piedade de um abraço de Mãe
Há a dor de Madalena
De João…
Mais do que apenas discípulo
Amado companheiro
E o caminho do sepulcro
Sudário tecido no tear de tanta dor
É a mentira e a ilusão daquilo que parece ser o fim
Em breve será domingo
E a fé fará sentido
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