Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Os mitos e mistérios das Endoenças





Os mitos e mistérios das Endoenças


Em muitas comunidades transmontanas celebra-se esta noite a tradição das Endoenças. Trata-se de um ritual carregado de emoção, especialmente em Vinhais, quando narra a procura desesperada de Cristo por Nossa Senhora, ora seguindo pelas ruas o seu rasto de sangue, ora perguntando a uns e outros se alguém o viu. Em Sabrosa mantém-se esta noite a “procissão do encontro”, representação comovente do momento em que a mãe encontra o filho sob a cruz a caminho do Calvário. O povo assiste e participa, em lágrimas, com o pranto embargando as vozes nos cânticos.
Mas endoenças é sinónimo de indulgências, portanto remissão de pecados, uma prática que noutros tempos adotava rituais expiatórios tenebrosos, com autoflagelação pública nas procissões. A memória dos povos não apagou ainda os cortejos de penitentes e flagelados da “Quinta-feira de Endoenças”. Pessoas que aliviavam a consciência pesada das suas culpas procurando imitar o sofrimento infligido a Cristo pelas culpas do mundo. Por isso se autoflagelavam nas procissões. E ao seu lado seguiam familiares com bacias e panos para evitar que o sangue da autoflagelação fosse derramado no chão.)

(Texto de Alexandre Parafita)























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