Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O burro e a autoestrada transmontana



Que tem este burro a ver com a autoestrada transmontana?

Muito. Este grupo de lavradores transmontanos prepara-se para negociar o burro, mas antes está a fiscalizá-lo para garantir que não vai ser enganado. É preciso observar bem a dentadura, de perto e por dentro, pois por fora e à vista desarmada… às vezes engana. Há sorrisos muito traiçoeiros. Por isso, dependendo de quem está a tentar vender o animal, todas as cautelas são poucas.

E quanto à autoestrada? Os transmontanos foram claramente enganados. O governo prometeu-a, recebeu votos por isso, depois construiu-a em cima do traçado da estrada antiga (o IP-4), deixando os utentes sem essa alternativa, e agora prepara-se para cobrar portagens. Mas então quem não quiser (ou não puder) pagar vai circular por onde?

Pobres transmontanos! Tantas cautelas para negociar um burro, e nenhuma para negociar projetos tão vitais para a sua sobrevivência…

Alexandre Parafita























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