Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 29 de novembro de 2014

Depois da colheita, o rebusco







Na minha terra, como em muitas outras, depois das colheitas, de propósito ou não, ficavam sempre frutos para trás e as famílias mais pobres saíam ao rebusco. A tradição do rebusco, era uma das mais bonitas da minha terra, sobretudo da parte daqueles que deixavam ficar parte do pouco que tinham, pois não seriam muitos aqueles a quem sobrava alguma coisa.  O rebusco tem o seu fundamento na seguinte passagem da Bíblia:
«Quando tu segares a seara dos teus campos, não cortarás rés do chão o que tiver crescido sobre a terra; nem enfeixarás as espigas que tiverem ficado. Não recolherás também na tua vinha os cachos que ficaram da vindima, nem os bagos que caíram; mas deixá-los-ás tomar aos pobres e aos peregrinos.» (Levítico, XIX, Pontos 9 e 10).
Quantas vezes ouvi o meu pai, pronunciar, principalmente na vindima:
Essas ficam aí para o rebusco. E se ninguém as vier apanhar, comem-na os tordos que também são filhos de Deus.



























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