Depois de um Inverno e de uma Primavera, até agora, secos, a minha terra abençoou a água que caiu do céu.
As nuvens cinzentas, espessas, a rebentar de água, faziam prever chuva, que todos esperavam com agrado mas que tardava a cair. E ela chegou, meio envergonhada, primeiro em chuviscos, a que o povo chama "molha tolos", e depois em fortes bátegas que, como dizia a outra _ parece que rebentou uma "nuve".
Estes últimos dias tem chovido "como Deus manda" e os campos já parecem outros. A Natureza desfez-se em verdes, verdes de diversas tonalidades, mas todos de uma frescura reconfortante.
Em tempos passados, recorda-se, eram organizadas Ladainhas, espécies de procissões, implorando aos Santos a bênção dos campos, para produzirem bons frutos, e a dádiva da chuva, quando o ano ia de seca.
Lembro-me do saudoso Padre Daniel, seguindo à frente do povo, fazendo as suas preces em latim.
Saía da Igreja Paroquial e dirigia-se ora para Pedome _ Ladaínha de S. Marcos, ora para os Ferreiros_ Ladainha de Santa Marinha.
O povo seguia o Pároco e respondia sempre: Rogai por nós.
Sem comentários:
Enviar um comentário