Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 18 de abril de 2015

Mariano Gago é unanimemente considerado uma das figuras que mais fizeram pela promoção da ciência em Portugal



José Mariano Gago, 66 anos, morreu esta sexta-feira vítima de cancro. Foi a personalidade que mais tempo esteve nos governos pós-25 abril. Sempre ligado à pasta da Ciência, exerceu o cargo de ministro durante 4644 dias. Foi ministro da Ciência e Tecnologia nos dois governos de António Guterres 1995 a 2002) e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior nos dois governos de José Sócrates (2005 a 2011). 

Mariano Gago é unanimemente considerado uma das figuras que mais fizeram pela promoção da ciência em Portugal, atividade que começou a desenvolver ainda como presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica (JNICT), nos anos 80.

Doutorado em Física pela Universidade de Paris, desenvolveu a sua investigação na área da física de partículas. Era atualmente professor catedrático do Instituto Superior Técnico e presidente do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas

"Mariano Gago fez mais pela investigação em Portugal do que todos os ministros juntos. Deixa-nos muitas saudades como ministro da Ciência e do Ensino Superior. É um desaparecimento que nos deixa a todos muito consternados", comenta António Cruz Serra, reitor da Universidade de Lisboa, a partir de Bruxelas, onde decorreu um encontro de representantes das universidades europeias. 

E também lá a notícia do falecimento do ex-ministro foi recebida com "consternação", descreve Cruz Serra, igualmente professor catedrático do Instituto Superior Técnico. "Era uma personalidade muito respeitada no país e lá fora", descreve. 

O reconhecimento internacional resultou da sua atividade enquanto investigador, mas também pelo facto de o ex-ministro ter liderado os processos de adesão de Portugal a algumas das mais importantes organizações científicas internacionais, como a Agência Espacial Europeia, o CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) ou o Observatório Europeu do Sul. 

No ensino superior, Mariano Gago criou o regime jurídico que ainda hoje regula universidades e politécnicos e que veio garantir mais autonomia e uma maior abertura ao exterior, com a criação dos conselhos gerais, onde estão representadas figuras exteriores às instituições. E alterou os estatutos das carreiras docentes universitária e politécnica. 

"Era um homem intelectualmente fascinante, com quem era muito interessante privar e trabalhar. E que acreditava que era através do conhecimento, da cultura e da ciência que era possível construir sociedades melhores", refere António Cunha, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas.

Foi também sob o mandato de Mariano Gago que Portugal assinou parcerias internacionais com três grandes instituições de ensino superior norte-americanas: o MIT (Massachusetts Institute of Technology), Carnegie Mellon University e a Universidade do Texas, em Austin. Os acordos permitiram o intercâmbio entre alunos, professores e programas de doutoramento.
Fonte: Expresso.pt



































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