Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Abraçados pela tempestade



O teu amor contra a chuva

Avançámos os dois abraçados pela tempestade.

Quando correste, eu corri. Quando foi preciso parar

para respirar fundo, parei também (e respirámos os

dois).

A certa altura sentámo-nos, quando a chuva caía

com mais força. A vida doía-me. Apeteceu-me

parar e desistir. Voltar para trás. Deixar-me ficar ali

ao abandono do meu desalento até que a chuva me

dissolvesse todo e assim deixaria de sofrer, não teria

de correr mais.

Não deixaste. Não me deixaste desistir. Nunca

deixaste de me abraçar. O teu amor contra a chuva.

O teu amor intimidou a tempestade e, por isso,

agora que já amainou, só nos resta avançarmos os

dois abraçados pelos dias de sol.

Quando correres eu corro, Meu Amor.

Rita Ferro Rodrigues









































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