Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 31 de maio de 2015

As mulheres não podem estar paradas




As mulheres não podem estar paradas, dizia-se na minha terra, só se forem ricas. E esta verdade tem-se perpetuado através dos tempos. Sim, as mulheres, algumas mulheres, não podem estar paradas. É da sua natureza e da multiplicidade de tarefas que têm de realizar ao longo do dia.
As mulheres são as últimas a deitar, lá em casa, e as primeiras a levantar. E o trabalho que elas realizam neste espaço de tempo!
Lavam, as mulheres lavam muito, a casa, a roupa, a louça, as crianças, as suas ruas...
Cuidam dos filhos e, muitas vezes dos pais, e cuidam de tudo em casa. Da comida, muitos almoços e muitos jantares, cuidam das roupas, montes de roupas para passar a ferro e arrumar nas gavetas e, muitas vezes, ainda cuidam dos animais.
Amassam e enfornam o pão, são pastoras de grandes rebanhos, e, na matança do porco, o trabalho é quase todo delas. Lavam as tripas, fazem os enchidos e fazem grandes banquetes, nas matanças, para receber familiares e amigos.

Muitas das mulheres da minha terra, ainda trabalham no campo _ sacham, mondam, regam, cortam, arrancam, plantam, em Setembro, as couves de penca.
As mulheres não podem estar paradas! Só se forem ricas! 






































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