Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Reviver a tradição das Maias



No primeiro dia de Maio, ou ao longo do mês, em muitas aldeias transmontanas, e um pouco por todo o país revive-se a tradição das Maias _  uma tradição muito antiga e generalizada no país, sobretudo na região norte, e, dizem os estudiosos, que tem a ver com ritos associados à Primavera e à fertilidade da terra e dos animais.
 Há também quem diga que tem reminiscências religiosas já que reza a lenda que Nossa Senhora, na fuga para o Egipto, com o Menino e S. José, espalhou ou semeou giestas pelo caminho para depois o encontrar no regresso.
 Esta tradição obriga a que  nas portas do exterior das habitações sejam colocados ramos de giestas em flor, as chamadas Maias. A colocação deve ser extensiva aos currais dos animais. 
Se em alguma porta ou janela não for colocado o ramo de Maia diz-se que "entrará o diabo e chupará o sangue de quem ali morar".

Há outra lenda, assente, também, na religiosidade do povo, com o seguinte relato:
Andavam os judeus à procura de Jesus para o matarem, quando um dia, à noitinha, o viram recolher numa humilde casa. Então, para poderem na manhã seguinte prender Jesus, penduraram um ramo de giestas no fecho da porta, a fim de não terem dificuldade em conhecer a casa em que ele dormira. Mas, por milagre, ao amanhecer, todas as portas estavam enfeitadas com ramos de giestas. E assim os Judeus, desorientados, não puderam descobrir Jesus.
































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