Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Ontem foi Dia da Espiga _ Quinta Feira de Ascensão


O Dia da ESPIGA


Na minha terra, há muitos anos, cumpria-se a tradição _ em dia de Quinta-feira da Ascensão, 40 dias depois da Páscoa, a família, os vizinhos, os amigos, em grupos, e, entravam pelos campos e colhiam o ramo. Este, era composto de espigas de vários cereais, flores campestres, raminhos de oliveira e de videira que se guardava, religiosamente, por detrás da porta de entrada. Ali permanecia até ser substituído por um novo, no dia da espiga do ano seguinte. E em dias de trovoada queimava-se um pouco desse ramo, no fogo da lareira, para afastar os raios.

Talvez esta celebração primaveril seja uma das muitas reminiscências das antigas tradições pagãs e esteja ligada à tradição dos Maios e das Maias.

O dia da espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano” _  um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque, diziam, havia uma hora, o meio-dia, em que tudo parava, as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda, as flores não se cruzam. Era durante essa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e as ervas que se punham a secar para depois fazer chás, infusões e mezinhas. 

Às várias plantas que compõem o ramo da espiga era dado um significado e um valor simbólico, profano e religioso, de acordo com os nossos mais simples e naturais desejos:

EspigaO pão que mata a fome e nos faz Livres;
Malmequer O ouro e a prata, o dinheiro;
PapoilaO Amor que é vida;
Oliveira A luz que anuncia o dia;
VideiraO vinho da alegria e da festa;
AlecrimA Saúde, a Sabedoria.











































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