Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Faiões - uma terra que eu amo


As Aldeias
Eu gosto das aldeias sossegadas, 
Com seu aspecto calmo e pastoril, 
Erguidas nas collinas azuladas - 
Mais frescas que as manhãs finas d'Abril. 

Levanta a alma ás cousas visionarias 
A doce paz das suas eminencias, 
E apraz-nos, pelas ruas solitárias, 
Ver crescer as inuteis florescencias. 

Pelas tardes das eiras - como eu gosto 
Sentir a sua vida activa e sã! 
Vel-as na luz dolente do sol posto, 
E nas suaves tintas da manhã! 

As creanças do campo, ao amoroso 
Calor do dia, folgam seminuas; 
E exala-se um sabor mysterioso 
D'a agreste solidão das suas ruas! 

Alegram as paysagens as creanças, 
Mais cheias de murmurios do que um ninho, 
E elevam-nos ás cousas simples, mansas, 
Ao fundo, as brancas velas d'um moinho. 

Pelas noutes d'estio ouvem-se os rallos 
Zunirem suas notas sibilantes, 
E mistura-se o uivar dos cães distantes 
Com o canto metallico dos gallos... 

António Gomes Leal















































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