Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Finalmente a chuva




O tempo, demasiado quente para esta época do ano, Não fazia prever a chuva que aí vinha. As nuvens espessas, carregadinhas de água,verteram sobre a terra, sequiosa, esta bênção dos céus.
Finalmente, Lebução abriu os braços à água, que começou a cair de mansinho, como envergonhada, e foi recebida por todos com alegria.
Os lavradores desesperados com a seca que se prolongava já há uns meses, saudaram a água que caiu sobre os campos e deram graças a Deus. 

Já lá vão os tempos em que se faziam Ladaínhas, espécies de procissões, implorando aos Santos a bênção dos campos, para produzirem bons frutos, e a dádiva da chuva.
Lembro-me do saudoso Padre Daniel, seguindo à frente do povo, fazendo as suas preces em latim.
Saía da Igreja Paroquial e dirigia-se ora para Pedome, Ladaínha de S. Marcos, ora para os Ferreiros, Ladaínha de Santa Marinha.
O povo seguia o Pároco e respondia sempre: Rogai por nós.















































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