Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Saudades





SAUDADES 
( aos meus mortos )


Noite alta . Fere a minh'alma o pensamento 
E reparo nas estrelas do Levante . 
Estou sentado e triste . Surge-me diante
A lembrança dos meus mortos , que lamento !

Se eu fosse Campoamôr ou fosse Dante , 
No papel desenharia o sentimento !
- Eu vejo os entes queridos lá distantes 
Na longínqua solidão do firmamento !

Muito os recordo !... E tantos eu já tive 
Como se foram no meu peito amontoando 
Como ruínas de Tróia e de Ninive !...

E pedi àqueles sóis que reverberam , 
Que sempre alumiassem no seu fogo brando 
A alma dos que amei e feneceram ! 
Setembro 1937

#Artur Maria Afonso , in "Orações ao Vento "

# Artur Maria Afonso, um poeta flaviense avô da minha amiga Florbela Afonso.















































Sem comentários: