Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 23 de maio de 2017

Rosa brava, rosa povo, brisa do alto da serra



Menina de olhar sereno raiando pela manhã
De seio duro e pequeno num coletinho de lã
Menina cheirando a feno casado com hortelã
Menina cheirando a feno casado com hortelã

Menina que no caminho vais pisando formosura
Trazes nos olhos um ninho todo em penas de ternura
Menina de andar de linho com um ribeiro à cintura
Menina de andar de linho com um ribeiro à cintura

Menina de saia aos folhos, quem a vê fica lavado
Água da sede dos olhos, pão que não foi amassado
Menina de riso aos molhos, minha seiva de pinheiro
Menina de saia aos folhos, alfazema sem canteiro

Menina de corpo inteiro com tranças de madrugada
Que se levanta primeiro do que a terra alvoroçada
Menina de corpo inteiro com tranças de madrugada
Menina de corpo inteiro com tranças de madrugada

Menina de saia aos folhos, quem na vê fica lavado
Água da sede dos olhos, pão que não foi amassado
Menina de fato novo, Avé Maria da terra
Rosa brava, rosa povo, brisa do alto da serra

Rosa brava, rosa povo, brisa do alto da serra
Rosa brava, rosa povo, brisa do alto da serra
Rosa brava, rosa povo, brisa do alto da serra

Poema de Ary dos Santos


















































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