Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Na minha terra, esta data, comemora-se todos os dias_Dia do Trabalhador



Hoje é Dia do Trabalhador
Na minha terra, esta data, comemora-se todos os dias...
Em Lebução, na minha freguesia em geral, os homens, principalmente os mais velhos, ainda se debruçam sobre a terra, para, dela, tirar o fruto de muitas canseiras. Entram por caminhos estreitos, caminhos de solidão e de sombras, sacho às costas, e o peito a transbordar de esperança. E aí, no silêncio das tardes calmas, nesses caminhos de ninguém, evocam um mundo de emoções e memórias: 
dos ribeiros e regatos de águas puras e refrescantes; dos caminhos onde passam, à noitinha, os rebanhos, a chocalhar, seguindo o pastor; das ceifas, das malhadas e das cantigas que pontuavam todas estas lides; do Natal, da matança do porco e da Páscoa; do pão quente a sair do forno; das regas, das mondas das festas e romarias; das procissões, das rezas e ladaínhas; do toque das trindades...

É o saber fazer, esta arte que o lavrador, teimosamente, quer transmitir a outras gerações, numa luta inglória.
É já noite quando o homem regressa a casa. O silêncio dos caminhos é cortado, quando se ouve, ao longe, o toque das Trindades. O homem, tira o chapéu e, olhos postos no céu, murmura uma oração:
Louvado seja Deus, por mais um dia de trabalho!

















































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