Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Dr.º Olímpio dos Santos Seca_ o médico dos pobres




No dia 25 de Outubro de 1910 nasceu em Vilarandelo, freguesia do concelho de Valpaços, distrito de Vila Real, no seio de uma família de moderados recursos, Olímpio Astério dos Santos Seca que ainda é recordado com carinho, saudade e merecida veneração como “o médico dos pobres”. Foi um dos dois filhos do segundo casamento de António Manuel dos Santos Seca com Maria Nogueira de Melo. O nome de seu pai ainda hoje se guarda na memória dos vilarandelenses como respeitável homem de negócios que fazia regulares viagens à cidade do Porto.
Tendo sido neto paterno de José Manuel dos Santos Seca, nascido em 1825, e de Maria Teixeira, e bisneto de João Baptista Gonçalves da Seca, supostamente ferreiro de profissão, nascido em 23 de Agosto de 1799 na freguesia de Babe, concelho e distrito de Bragança, e de Maria Martins, natural de Grijó de Parada, do mesmo concelho e distrito, onde este casal viveu, o Dr. Olímpio Seca deu continuidade a um dos numerosos ramos da antiga família transmontana dos “Secca”, cujas gerações anteriores àquele seu bisavô foram todas naturais do distrito de Bragança, repartindo-se entre Babe (mais representativamente) e Caravelas e cujo mais remoto representante conhecido foi seu sexto-avô Domingos Gonçalves da Secca, nascido na primeira destas duas localidade no ano de 1640. Posto que este Domingos Gonçalves «é o primeiro “secca” que aparece em todas as pesquisas efectuadas e com uma descendência muito bem definida», os genealogistas ligados à família admitem a possibilidade de os “Secca” serem originários de Itália (Família Secca | http://www.secca.info/).
O Dr. Olímpio dos Santos Seca faleceu no dia 21 de Outubro de 1983

O “médico dos pobres”
São inúmeras as referências que fazem jus a este conhecido epíteto atribuído do Dr. Olímpio Seca, tanto as que nos ficaram dos discursos proferidos em cerimónias públicas realizadas em sua homenagem, como as que têm vindo a ser publicadas em vários meios de informação e comunicação impressa ou digital, sob a forma de “memórias locais”, como ainda as que ressaltam da espontânea oralidade popular, na qual, a propósito de tal cognome, há sempre uma comovente e admirável história para contar.
Fez a instrução primária na terra que o viu nascer, ingressando depois no Colégio de Lamego, onde obteve a sua formação no Ensino Secundário, prosseguindo os seus estudos no Curso de Medicina da Universidade do Porto até à sua licenciatura no ano de 1937.
Começou por se estabelecer e exercer a profissão médica na sua terra natal, instalando aqui um consultório particular que escassos proventos financeiros lhe proporcionaram, devido aos parcos recursos económicos da população que a ele recorria em momentos de extrema aflição. Muitos dos pacientes, ao que parece, nem sequer possuíam condições para se deslocarem ao seu consultório, pelo que em muitos casos sucedeu ser o próprio médico quem, desde jovem, foi ao encontro deles nas localidades circunvizinhas, deslocando-se a pé, a cavalo e, quando se tornou possível, no seu próprio automóvel. Nesta penosa experiência assumida como um dever pessoal, reflectiam-se já os traços essenciais da sua benigna personalidade, que manteve durante o resto da sua vida e ainda ecoa na Memória Colectiva da população do concelho de Valpaços.
Em 1945 começou a exercer a mesma profissão na Casa do Povo de Vilarandelo e em 1950 no Hospital da Misericórdia de Valpaços. Coube-lhe então tomar, com singular dedicação e conhecida satisfação, as melhores diligências no sentido de que aí funcionassem os necessários serviços de cirurgia, começando por convidar um conceituado cirurgião portuense, Gomes de Almeida, para assegurar essa responsabilidade. Mais tarde conseguiu, com o mesmo fim, que o cirurgião Mário Rafael e o anestesista Caiado Ferrão, ambos ao serviço do Hospital de Mirandela, se deslocassem com regularidade ao Hospital de Valpaços. O Dr. Olímpio Seca foi também médico das Casas do Povo de Rio Torto, Vales e Zebras.
Em 1975 foi Presidente da Câmara de Valpaços. Porém, o que dele mais ressalta na memória colectiva da população do concelho é o facto de ter dedicado toda a sua vida à protecção e amparo das populações mais carenciadas de cuidados médicos e é em memória dessa “Cruzada” que “o médico dos pobres” tem vindo a receber as mais justas homenagens da parte dos poderes instituídos que representam essas populações, consagrando-o na toponímia urbana, assim em Vilarandelo, em cujo largo da feira se erigiu, em 1985, um busto comemorativo, e em Valpaços com a criação de uma praça com o seu nome e idêntico monumento invocativo. Mais recentemente, o I Centenário do seu nascimento foi celebrado em Vilarandelo.
Fonte: Clube de História de Valpaços (Blogue)















































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