Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Miradezes: História e Património à beira rio



Os encantos naturais do rio Rabaçal são um cartão de visita da aldeia de Miradezes, anexa da freguesia de Vale Salgueiro, no concelho de Mirandela. Em pleno Verão, o calor convida a um mergulho nas águas límpidas que separam os concelhos de Mirandela e Valpaços. A beleza natural da paisagem torna as margens do rio atractivas para os veraneantes, mas este local poderia ser mais aproveitado em prol do turismo.


“Não há projectos para o rio, porque não há entendimento entre as autarquias de Valpaços e Mirandela. Do lado de lá investiram junto à ponte romana de Vale de Telhas e em Miradezes não têm interesse em investir”, lamenta o presidente da Junta de Freguesia de Vale de Salgueiro, Roger Lopes.
A população também gostava de ver o rio mais embelezado, até porque no Verão atrai muitas pessoas à aldeia, dando-lhe mais vida. “O nosso rio não é poluído, mas está muito desprezado. Tínhamos um açude em pedra que foi substituído por um paredão de betão e cortaram as árvores. Ou seja em vez de embelezarem estragaram”, denuncia Maria da Glória Cadavez, uma habitante de 68 anos.
A par do curso de água, esta aldeia também guarda as histórias das suas raízes no património que pode ser visitado por quem passa pelas redondezas. A presença de vestígios romanos nas freguesias vizinhas, em maior número em Vale de Telhas, indicia que Miradezes também terá sido habitada nas épocas pré e proto-históricas.

Igreja-museu reúne várias peças históricas recolhidas na aldeia de Miradezes

Aliás, reza a história que tudo começou na localidade de Santa Maria de Miradezes, que nasceu junto às margens do rio, a cerca de um quilómetro da actual povoação. Terá sido uma praga de formigas que motivou a mudança das pessoas para um local a salvo dos bichos. “Naquele tempo não havia remédios como há hoje para matar as pragas”, conta o autarca local.
Maria da Glória também recorda que os antepassados mudaram de local, trocando um espaço íngreme por um mais plano.
Mesmo assim, o local de Santa Maria de Miradezes é um marco histórico para as gentes da terra. Da capela que vai resistindo ao passar dos anos sai, todos os anos, uma procissão até à aldeia.
A igreja matriz é, igualmente, ponto de paragem obrigatório para quem visita Miradezes. Logo à entrada da localidade, o monumento, datado de 1987, impõe-se com a sua construção granítica. Junto à Igreja de S. Sebastião de Miradezes foi instalado um museu com diversas peças antigas recolhidas pelo Cónego Silvério. Aqui também se encontra um cruzeiro com o Senhor dos Aflitos de braços erguidos e relógios de sol.
Já em Vale de Salgueiro, as pessoas podem visitar o Santuário do Senhor dos Aflitos, a Igreja Matriz e algumas casas brasonadas, estando umas recuperadas, ao passo que outras já evidenciam os sinais do tempo.
Fonte: Jornal Nordeste















































Sem comentários: