Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Palas, no concelho de Vinhais, precisa, urgentemente, dum pedacinho de estrada




A freguesia de Curopos fica situada num planalto, entre o rio Rabaçal e Tuela, a cerca de 15 quilómetros da sede do concelho, e 48 quilómetros de Bragança. É formada pelas aldeias de Valpaço, Curopos e Palas. 
O seu povoamento remonta a épocas muito recuadas. Valpaço e Palas possuem lendas de mouras encantadas e tesouros escondidos nas “palas” – grutas naturais debaixo de grandes rochas que servem também de abrigo, com destaque para as do Alto do Atalho, que se situam perto das ruínas da Quinta de Simonde.
Em Curopos é reconhecido o célebre dito do maestro da banda de música de há mais de 50 anos (hoje não existe): 
“Ao começar e acabar, todos ao mesmo tempo, pelo meio, cada um toca como quer” (Fonte Internet)


Não é de Curopos que hoje quero falar. Vou falar, sim, de Palas, um pequeno lugar que pertence à Freguesia e onde o tempo parece ter parado.
Da estrada nacional 103 ao povoado, andam-se uns três, quatro quilómetros, de terra batida, com a poeira a entrar-nos pelos vidros do carro. A minha mulher não pode por a roupa a secar na varanda porque fica toda suja, disse um morador em tom de desabafo, num lamento sentido.
E eu que não vivo nas Palas, nem nunca tinha pisado aquele chão, digo que é vergonhoso, é indigno, é imoral, manter os habitantes de Palas (não sei quantos são) sem uma ligação decente à estrada nacional. Num país onde cada um rouba o mais que pode, onde se desviam verbas para fins próprios, onde há portugueses a ganhar milhares de euros por mês, onde os políticos têm todas as regalias, temos uma aldeia, chamada Palas, que devia ser a nossa vergonha.
Senhor Presidente da Câmara de Vinhais, durante a campanha eleitoral visitou Palas? O que prometeu ao povo? Voltou lá?
Pois, eles, e não sei quantos, continuam à espera de um troço de estrada decente que os ligue a Curopos, que os ligue ao mundo.
Tão simples quanto isso.




































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