
Desde o Paleolítico que o castanheiro acompanha o Homem e tem para ele uma importância crucial. As tribos pré-romanas chamavam-lhe a árvore do pão, já que o seu fruto, a castanha, era um alimento rico e um importante meio de subsistência para os exércitos em campanha. Pode-se mesmo afirmar que foi um dos mais importantes farináceos em muitas regiões, antes da chegada da batata e do milho à Europa. Era utilizada na alimentação dos Homens e dos animais, era um complemento importante na agricultura e, em muitos casos, o pão dos mais desfavorecidos.
A par de todas as manifestações culturais, salientam-se os castanheiros notáveis que permanecem de pé no distrito da Guarda. São autênticos exemplares, com dimensões inacreditáveis, como o de Guilhafonso e o da Arrifana. O primeiro, com idade estimada em 400 anos.
Na Beira Interior são frequentes as terras cujos nomes estão ligados ao castanheiro. No distrito da Guarda podemos encontrar localidades com denominação inerente ao castanheiro. Em poucos exemplos, constatamos isso mesmo: Souto (Sabugal), Monte Soito (Guarda), Castanheira (em Trancoso, em Manteigas, na Guarda e em Gouveia), Souto Maior (Trancoso), Soito do Bispo (Guarda), são um pequeno número de tantos nomes de lugares onde o castanheiro teve um papel importante na toponímia.
Desde tempos imemoriais que a castanha é um produto de base na alimentação dos homens e dos animais, sendo confeccionada de todas as formas possíveis - crua, cozida, assada, em doces, em sopas, e como guarnição de alguns pratos. Antigamente, quando a produção do ano não era totalmente consumida, a que restava era transformada em castanha "pilada", seca ao fumo, em caniços (estrutura de ripas ou canas suspensas sobre a lareira), de forma a poder ser consumida mais tarde. Geralmente pilavam-se as"fauchas" que são s castanhas mais pequenas..
Outro processo de conservar as castanhas é colocá-las em panelas vidradas bem tapadas ou em potes de barro cheios de areia.
Apesar de ter sido colocada num plano secundário, este fruto continua a ser muito apreciado. Mal chega o mês de Novembro e é ver as castanhas "quentes e boas" pelas ruas nas bancas dos vendedores, libertando um apetitoso cheiro.
Apesar da sua importância ter decrescido, a castanha ficou para sempre associada a vários pratos da gastronomia regional portuguesa.
Fonte: Internet