Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

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domingo, 24 de setembro de 2017

Quando chega o Outono, os campos de Lebução mudam de cor



"Mas o fruto dos frutos, o único que ao mesmo tempo alimenta e simboliza, cai dumas árvores altas, imensas, centenárias, que, puras como vestais, parecem encarnar a virgindade da própria paisagem. (Miguel Torga)

Quando chega o Outono, Lebução, e todos os campos que circundam esta terra, mudam de cor. Na paisagem multicolor, sobressaem gigantescos castanheiros, de ramos descaídos com o peso dos ouriços, abertos à força das castanhas, que vão caindo numa chuva, miudinha, que o povo aceita como uma bênção. É assim há centenas de anos, tantos quantos testemunham muitos dos velhos castanheiros implantados nos campos de Lebução:

"trezentos anos a crescer, trezentos anos em seu ser, outros trezentos a morrer", confirmou Aquilino Ribeiro, escritor cuja admiração pelos castanheiros transpira da sua vasta obra literária.
Hoje, a castanha está intimamente ligada às comemorações de São Martinho e ao Magusto, sendo consumida durante o outono, normalmente assada ou cozida.















































domingo, 20 de dezembro de 2015

Castanheiros e castanhas



Desde o Paleolítico que o castanheiro acompanha o Homem e tem para ele uma importância crucial. As tribos pré-romanas chamavam-lhe a árvore do pão, já que o seu fruto, a castanha, era um alimento rico e um importante meio de subsistência para os exércitos em campanha. Pode-se mesmo afirmar que foi um dos mais importantes farináceos em muitas regiões, antes da chegada da batata e do milho à Europa. Era utilizada na alimentação dos Homens e dos animais, era um complemento importante na agricultura e, em muitos casos, o pão dos mais desfavorecidos.

A par de todas as manifestações culturais, salientam-se os castanheiros notáveis que permanecem de pé no distrito da Guarda. São autênticos exemplares, com dimensões inacreditáveis, como o de Guilhafonso e o da Arrifana. O primeiro, com idade estimada em 400 anos.

Na Beira Interior são frequentes as terras cujos nomes estão ligados ao castanheiro. No distrito da Guarda podemos encontrar localidades com denominação inerente ao castanheiro. Em poucos exemplos, constatamos isso mesmo: Souto (Sabugal), Monte Soito (Guarda), Castanheira (em Trancoso, em Manteigas, na Guarda e em Gouveia), Souto Maior (Trancoso), Soito do Bispo (Guarda), são um pequeno número de tantos nomes de lugares onde o castanheiro teve um papel importante na toponímia.
Desde tempos imemoriais que a castanha é um produto de base na alimentação dos homens e dos animais, sendo confeccionada de todas as formas possíveis - crua, cozida, assada, em doces, em sopas, e como guarnição de alguns pratos. Antigamente, quando a produção do ano não era totalmente consumida, a que restava era transformada em castanha "pilada", seca ao fumo, em caniços (estrutura de ripas ou canas suspensas sobre a lareira), de forma a poder ser consumida mais tarde. Geralmente pilavam-se as"fauchas" que são s castanhas mais pequenas..

Outro processo de conservar as castanhas é colocá-las em panelas vidradas bem tapadas ou em potes de barro cheios de areia.
Apesar de ter sido colocada num plano secundário, este fruto continua a ser muito apreciado. Mal chega o mês de Novembro e é ver as castanhas "quentes e boas" pelas ruas nas bancas dos vendedores, libertando um apetitoso cheiro.
Apesar da sua importância ter decrescido, a castanha ficou para sempre associada a vários pratos da gastronomia regional portuguesa.
Fonte: Internet