Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.
É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.
Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.
Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.
A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".
A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Procissão dos animais em Vilartão
Perde-se nos tempos, esta tradição a que chamam Procissão dos animais, que ocorre no dia da festa de Vilartão, umas horas antes da Procissão religiosa. Homens, mulheres e crianças adornam os animais que possuem e, em procissão, com ofertas dirigidas ao Santo homenageado nesse dia, o Senhor dos Passos, percorrem a aldeia enchendo as ruas de cor e alegria. Noutros tempos, de fartas colheitas, os animais iam carregados de centeio, batatas, milho, e tudo que colhiam nos campos. Não faltava, também, o fumeiro. Tudo para ser leiloado e o produto desse leilão revertia para o Senhor dos Passos, o Padroeiro.
Hoje, com uma população, maioritariamente envelhecida, e com muitos terrenos por cultivar, os homens já não vão buscar à terra as ofertas para o Santo e traduzem-nas em dinheiro, porque as forças são poucas e cultivar só para casa... Mas, apesar de tudo, a tradição mantém-se.
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