Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Por todos os caminhos do mundo





A minha poesia é assim como uma vida que vagueia 
pelo mundo, 


por todos os caminhos do mundo, 
desencontrados como os ponteiros de um relógio velho, 
que ora tem um mar de espuma, calmo, como o luar 
num jardim nocturno, 


ora um deserto que o simum veio modificar, 
ora a miragem de se estar perto do oásis, 
ora os pés cansados, sem forças para além. 


Que ninguém me peça esse andar certo de quem sabe 
o rumo e a hora de o atingir, 
a tranquilidade de quem tem na mão o profetizado 
de que a tempestade não lhe abalará o palácio, 
a doçura de quem nada tem a regatear, 
o clamor dos que nasceram com o sangue a crepitar. 


Na minha vida nem sempre a bússola se atrai ao mesmo 
norte. 
Que ninguém me peça nada. Nada. 
Deixai-me com o meu dia que nem sempre é dia, 
com a minha noite que nem sempre é noite 
como a alma quer. 


Não sei caminhos de cor. 

Fernando Namora













































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