Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 18 de outubro de 2009

Canção de Lebução

Esta relíquia, com história, que a seguir transcrevo, já ultrapassou as três décadas. Foi ouvida pela primeira vez no dia dez de Setembro de 1972, por ocasião das festas de Nossa Senhora dos Remédios, entoada por uma banda musical.
É um hino a Lebução que Armindo Augusto Alves, imaginou, concebeu e mandou produzir, homenageando, assim, a sua terra natal.
Amigo da sua terra, como poucos, por condicionalismos da vida esteve ausente durante anos. No regresso construíu uma casa e, aqui passava grande parte do seu tempo, umas vezes só, outras acompanhado pela família. Era em Lebução que ele se sentia bem. Aqui ele era feliz.
Partiu cedo e deixou muitas saudades.






Canção Marcha de Lebução


Cenário de altas montanhas
A nossa Terra Natal
Onde findam as Espanhas
E começa Portugal!
Por isso eu digo
Com orgulho e altivez
Meu querido Lebução
És oásis da Nação
No Nordeste Português!

Estribilho
Das vielas do cancelo
Às vielas do casal
Tudo diz, em tom singelo,
Lebução é Portugal!
E desde o Senhor dos Fortes
Ao Senhor de lá de cima
Não há fracos nem há fortes
Tudo canta a mesma rima!

Vamos todos a Valpaços
Pedir conselho ao Concelho
Unidos no mesmo abraço
Bairro Novo e Bairro Velho.
Depois há festa
Com foguetes a estalar
E colgaduras nos prédios
Que a Senhora dos Remédios
Vem à rua abençoar
Segue estribilho.

FIM

Poema: Ivo de Melo
Música: Pinto de Sousa

2 comentários:

Sofia Alves disse...

As saudades e recordações são demasiado grandes... Obrigada, Graça, por fazer-nos reviver tão bons momentos com esta homenagem ao meu avô!.. Um beijinho Sofia Alves

Graça Gomes disse...

Olá, Sofia. Bem-vinda ao Blog «Lebução de Valpaços». É com imensa alegria que recebo o teu comentário.
E com muitas saudades! De vocês todos.
Há quantos séculos é que a gente não se vê?
Vamos lá encurtar distâncias, para ver se conseguimos matar essas saudades... Beijos, muitos.