Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 31 de outubro de 2009

De Castanheiro em Castanheiro


De castanheiro em castanheiro, recebemos, como uma dádiva do céu, a castanha da nossa alegria que se transforma no pão nosso dos nossos dias.

O povo, na sua imensa sabedoria, afirma que o castanheiro faz parte da nossa vida, da nossa casa.

«Acompanha-nos, numa entrega generosa, ao longo da nossa existência: é berço de embalar, cama de dormir e repousar. É escano, mesa, caixa de guardar o pão. É tear, armário, masseira, rasa, fuso e roca. É carro, arado, aguilhada. Dele se extrai a sumptuosa talha para o altar e nele são esculpidos anjos e arcanjos.»(Drº Veloso Martins)

Dá-nos uma sugestão incomparável de força, conforto e bem-estar, tão resistente ao tempo, que durante muitos anos foi chamado "o ferro de Portugal."


Quando eu era pequenino

mal podia suportar

O peso das borboletas

Que em mim queriam poisar


Fui crescendo pouco a pouco

E o tempo sempre a girar

Fez de mim este gigante

Tamanho que faz pasmar...


(Parte de um texto do meu livro de leituras da 3ª classe)

1 comentário:

Maria Saudade disse...

Eu também me recordo, vagamente, desse texto/poesia que fazia parte das leituras da 3ª classe.
Bem haja por nos trazer à memória estas relíquias do passado.