Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O Carnaval em Lebução Festa de Cor e Alegria


Os festejos do Carnaval em Lebução perdem-se na noite dos tempos. Marcam a antiguidade e a originalidade da tradição, cheia de cor e alegria.
Noutros tempos, o Carnaval saía à rua, com caretos e marafonas, de cara tapada, utilizando quase sempre um simples naperon de renda.
E também havia carros alegóricos, puxados por bois ou burros, embora os carros não tivessem essa designação.
A farinha, a água e as formigas faziam parte das brincadeiras que punham todos a correr e metiam os mais novos e menos afoitos em casa.
Depois de uns anos em franca decadência ( esta data quase passava despercebida na minha terra, não fossem os manjares preparados em cada casa) eis que reaparece, em força e em grande, pela mão dos mais velhos, como disse a minha amiga Armandina, e eu direi, dos mais experientes.
Este ano cumpriu-se a tradição, em Lebução, como todos podem constatar.
Estão de parabéns todos os meus conterrâneos que, de qualquer modo, contribuíram para que o Carnaval saísse à rua com todo o seu explendor.
Está de parabéns o Projecto Afectos, na pessoa da sua coordenadora Drª Filomena Conde, e quem se voluntarizou para o apoiar, pelo impulso na recolha e divulgação de tudo que é tradição, que é genuíno, que é nosso.

Por último, e estes são quase sempre os primeiros, até no Reino dos Céus, curvo-me perante a Autarquia, representada pelo seu Presidente, Engenheiro Francisco Tavares, pelo apoio, empenho, carinho e dedicação com que abraçou esta causa ( Afectos).

1 comentário:

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
folgo em saber que vão mantendo vivas as tradições de Lebução.
uma curiosidade: disse "A farinha, a água e as formigas faziam parte das brincadeiras..." O que são as formigas?
abs