Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 26 de setembro de 2010

Praça Cândido Sotto Mayor




O largo mais central de Lebução, para onde convergem todas as ruas, todas as pessoas, todas as conversas, chama-se Praça Cândido Sotto Mayor ou simplesmente Praça.

Outrora foi palco de muito movimento, de muita gente, de muita vida, de muita azáfama...

Era aqui que se resolviam grande parte dos problemas relacionados com o bem-estar da comunidade: quando os sinos tocavam "a rebate" o povo juntava-se na Praça e aí combinava o arranjo dos caminhos que os invernos impiedosos desmantelavam. Formavam grupos, animados por um espírito de entre-ajuda, e dirigiam-se aos locais que necessitavam de intervenção.

Era na Praça, também, que se resolviam querelas, acalmavam-se ânimos, apertavam-se mãos para selar compromissos.











3 comentários:

Anónimo disse...

Nove casas,
duas ruas,
ao meio das ruas
um largo,
ao meio do largo
um poço de água fria.

Tudo isto tão parado
e o céu tão baixo
que quando alguém grita para longe
um nome familiar
se assustam pombos bravos
e acordam ecos no descampado.

(Manuel da Fonseca)

Graça Gomes disse...

Este lindo poema retrata, efectivamente, o largo da nossa Praça, nos dias que correm.
Pouca gente e muito silêncio.

Anónimo disse...

À Minha Aldeia

Como é profunda a raíz entre nós
És poema em mim desde que nasci
Deste-me a mão, ouviste a minha voz
Quando do ventre de minha mãe saí!

O meu corpo feminino, como flor
Tinha a fragância secreta de ti
E nos meus olhos, há ainda a cor
Verde, do teu verde que não esqueci!

De madrugada bem ao amanhecer
Depois de sonhar contigo bem ao meu jeito
Aguardo ser dia para te voltar a ver
E dizer-te da saudade que me vai no peito

(autora não identificada)