Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.
É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.
Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.
Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.
A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".
A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.
2 comentários:
É importante que, neste tempo de globalização galopante, as tradições sejam conservadas, avivadas e recuperadas, porque fazem parte da nossa cultura e dão mais sentido ao nosso caminhar civilizacional. Assim, a nossa civilização europeia e ocidental torna-se mais rica, facetada e humanizada se souber respeitar a especificidade das múltiplas tradições. Deste modo, todos crescemos culturalmente e os nossos antepassados e a sua memória acabam por «viver» connosco, no legado cultural que nos deixaram e que faz parte da nossa chapa matricial identificativa nesta aldeia global, na sua diversidade cultural e que se quer mais respeitadora da biodiversidade.
(o autor)
Trabalho interessante e criativo, diz Jorge Lage, tem sido desenvolvido por algumas escolas, atentas ao avivar de tradições que tendem a esbater-se ou a morrer. Também, uma ou outra junta de freguesia mais dinâmica tem lançado mão desta e de outras tradições singulares. Muitas destas recordações entroncam na memória cultural de antanho, que recua a tempos imemoriais.
Merece, entre outras, a nível nacional, ser referido o município de Viana do Castelo (e a Junta de Freguesia de Monserrate) pelo impulso que tem dado às Maias, promove concursos anuais que terminam sempre com uma Exposição dos trabalhos colectivos ou institucionais, no Centro Histórico de Viana do Castelo, contemplando um concurso de grande criatividade, beleza e visibilidade.
Também, a Junta de Freguesia de S. Victor (e menos a de S. Vicente), na cidade de Braga, promove interessantes concursos dos Maios, sendo o seu Presidente um entusiasta e impulsionador.
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