Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 22 de julho de 2011

À procura de amigos



Falar de amizade é, muitas vezes, desperdiçar palavras, lançar palavras ao vento, teorizando sobre um valor de que, talvez, nem saibamos o verdadeiro sentido, pela dificuldade que temos de o por em prática… Falamos de amigos, somos amigos, temos amigos… Mas ...o que é, para nós, um amigo? Como o elegemos? Relembremos Antoine de saint-exupéry:


“As pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: Qual é o som de sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que ele colecciona borboletas? Mas perguntam: Qual é a sua idade? Quantos irmãos tem ele? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai? Somente então é que elas julgam conhecê-lo.

Se dizemos às pessoas grandes: Vi uma bela casa de tijolos cor de rosa, gerânios na janela, pombas no telhado.... elas não conseguem, de modo algum, fazer uma idéia da casa. É preciso dizer-lhes: Vi uma casa de seicentos mil. Então elas exclamam: Que beleza!


Para reflectir sobre a amizade e constatar como ela, amizade, condiciona as nossas vidas, nada melhor relembrar a história de O Principezinho, mais concretamente, o episódio da raposa:


«Foi então que apareceu a raposa.

– Olá, bom dia! – disse a raposa.

– Quem és tu? – perguntou o principezinho. – És bem bonita…

– Sou uma raposa – disse a raposa.

– Anda brincar comigo – pediu-lhe o principezinho. – Estou tão triste…

– Não posso ir brincar contigo – disse a raposa. – Ainda ninguém me cativou…

– Ah! Então, desculpa – disse o principezinho. Mas pôs-se a pensar, a pensar e acabou por perguntar:

– «Cativar» quer dizer o quê?

– Vê-se logo que não és de cá – disse a raposa. – De que andas tu à procura?

– Ando à procura de amigos. «Cativar» quer dizer o quê?

– É uma coisa de que toda a gente se esqueceu – disse a raposa. – Quer dizer «criar laços».

– Criar laços?

– Sim, laços. – disse a raposa. – Ora vê: por enquanto tu não és para mim senão um rapazinho perfeitamente igual a cem mil outros rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim.

Por enquanto eu não sou para ti senão uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativares, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E eu também passo a ser única no mundo para ti…

Só se conhecem as coisas que se cativam – disse a raposa –, os homens já não têm tempo para conhecer o que quer que seja… Se queres ter um amigo, cativa-me!

– O que é que é preciso fazer? – perguntou o principezinho.

– É necessário ser paciente – respondeu a raposa.

– Sentas-te primeiro um pouco longe de mim, assim, na erva. Eu olhar-te-ei pelo canto do olho e tu não dirás nada…

Foi assim que o principezinho cativou a raposa. E quando chegou a hora da partida:

– Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo.

É muito simples:

só se pode ver bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos…

Os homens esqueceram esta verdade – disse a raposa. – Mas tu não deves esquecer-te. Tornaste-te para sempre responsável por aquilo que cativaste…»













3 comentários:

João C. Branco disse...

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja bem vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

Zeca Afonso

João C. Branco disse...

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja bem vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

Zeca Afonso

M. Santiago disse...

Se as asas da tristeza te roçarem,
tornando o canto pálido e sem vida...
Das ilusões que jazem então perdidas,
tristes prantos em lágrimas soluçarem...

Se no escuro da noite a solidão,
tornar em cinza, da sua alma as cores,
a dominar o corpo os tremores
e a vida parecer consumição...

Chama meu nome e estarei contigo,
nas horas mais incertas e doridas,
hei de cruzar o tempo e a distância...

No meu carinho apagarei as ânsias
e cantarei na voz mais comovida,
ternas canções que servirão de abrigo!

Tu sabes, minha amiga, onde me encontrar.
Estou à tua espera...