Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Chaminés - a arte na paisagem








Quando nos aproximamos de qualquer povoado, para além das igrejas, são as chaminés que mais se destacam na paisagem.Para além da sua beleza arquitectónica, a chaminé era e ainda é, em certos casos/casas, local privilegiado, para convívio no frio Inverno, para secar o fumeiro, para executar certas tarefas caseiras. Muito do viver das gentes dos meios rurais passou por aí. À volta da lareira, parte integrante da chaminé, fiava-se o linho e a lã, costurava-se e remendava-se, preparavam-se os alimentos, e, fundamentalmente, convivia-se.
Restam, ainda, alguns exemplares, antigos, verdadeiras obras de arte desafiando as alturas, com muitas décadas, umas recuperadas, outras num estado de total abandono, fruto, afinal, do abandono das casas onde foram projectadas e instaladas.


































2 comentários:

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
belo post! Belíssimas chaminés!
abs

Anónimo disse...

Há chaminés esquecidas
Que nascem na imaginação
Passou-lhes tempo um clarão
Estiveram adormecidas

Nestas noites vêm ás vidas
O frio já acerta sensação
Ronda a espreitar ocasião
Entre paredes erguidas

E é vê-las pregadas no ar
Entregues ao dom de pulsar
Fumo no céu estrelado

No fundo onde começa
Há o regalo que regressa
De ter calor ao seu lado.