Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

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terça-feira, 25 de setembro de 2018

2000 anos depois de os romanos terem construído estas estruturas_lagares cavados na rocha, o povo de Santa Valha, volta a vinificar nesses lagares



E tudo isto foi possível graças ao trabalho, empenho e dedicação do Dr. Adérito Medeiros Freitas, que nos deu a conhecer estas ancestrais estruturas, ligadas ao fabrico do vinho, em livro publicado pela Câmara Municipal de Valpaços.

Nem sempre é possível determinar a cronologia dos lagares escavados na rocha ou das lagaretas de sulcos. A antiguidade deste tipo de estrutura vinícola é atestada pelas referências bíblicas: "Um chefe de família plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar...".

Há quem não hesite em datar estas estruturas da época romana. No entanto, não é nada fácil atribuir uma cronológica a este tipo de lagar pois, nos nossos meios rurais, foi utilizado até períodos muito recentes. Com efeito, a população mais idosa de muitas aldeias da Beira Interior, onde a vida decorreu sem grandes alterações ao longo de séculos, lembra-se de utilizar esses lagares para fazer vinho...
"2000 anos depois de os romanos terem construído estas estruturas_lagares cavados na rocha, o povo de Santa Valha volta a vinificar nesses lagares.
E o néctar que sai desses lagares, vinho de bica aberta, é também uma homenagem a quem se debruça sobre a terra
para lhe tirar o fruto de muito trabalho. E da videira, claro!
















































sábado, 18 de março de 2017

Há sempre um motivo para partirmos à descoberta das terras de Valpaços





Há sempre um motivo para partirmos à descoberta das terras de Valpaços, em Trás-os-Montes, este Reino Maravilhoso que Miguel Torga cantou como ninguém. Ontem foi dia de vaguear por lugares que me são muito gratos, pelas memórias que guardam do passado.
Fornos do Pinhal, Santa Valha, Barreiros e Sonim foram os lugares por onde andámos, que mereciam uma visita mais demorada, mas o tempo foi pouco para tão atraente e diversificado percurso, e tão agradável companhia.
Entrámos por ruas e ruelas, caminhos estreitos bordados de granito tosco e admirámos vestígios arqueológicos, artefactos utilizados, outrora, na agricultura, nomeadamente na cultura do vinho e do azeite e que perduram na memória do povo que os concebeu e utilizou e num museu de nome Memórias.
Deslumbrámo-nos com a arte estampada nas paredes das varandas da casa de um professor, que também foi pintor, retratista, caricaturista, poeta, artesão, lavrador, humorista e, acima de tudo, um grande benemérito, afirma-o, com toda a convicção, a população de Barreiros.
Visitámos, também, casas senhoriais que ainda hoje ostentam o brilho e opulência de outros tempos, e outros monumentos que albergam um néctar produzido nestas terras e esse néctar é fruto das videiras e do trabalho do homem.
Por escassas horas ligámo-nos às pessoas e admirámos os laços que os ligam à terra que pisam
e trabalham com o suor dos dias, às árvores e aos montes, às fragas e penedos, às nascentes e aos rios, aos vizinhos, às memórias e lendas, aos saberes, artes e tradições...

Regressámos com os olhos cheios e o coração afagado com a ternura desta gente que abre os braços e a porta para receber, à boa maneira transmontana, quem vier por bem.














































quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Chaminés - a arte na paisagem








Quando nos aproximamos de qualquer povoado, para além das igrejas, são as chaminés que mais se destacam na paisagem.Para além da sua beleza arquitectónica, a chaminé era e ainda é, em certos casos/casas, local privilegiado, para convívio no frio Inverno, para secar o fumeiro, para executar certas tarefas caseiras. Muito do viver das gentes dos meios rurais passou por aí. À volta da lareira, parte integrante da chaminé, fiava-se o linho e a lã, costurava-se e remendava-se, preparavam-se os alimentos, e, fundamentalmente, convivia-se.
Restam, ainda, alguns exemplares, antigos, verdadeiras obras de arte desafiando as alturas, com muitas décadas, umas recuperadas, outras num estado de total abandono, fruto, afinal, do abandono das casas onde foram projectadas e instaladas.


































domingo, 21 de novembro de 2010

O XIV Encontro Inter - Regional da Blogosfera e Fotógrafos Lumbudus em Imagens


Mensagem
Vinde à terra do vinho, deuses novos!
Vinde, porque é de mosto

O sorriso dos deuses e dos povos
Quando a verdade lhes deslumbra o rosto.





Houve Olimpos onde houve mar e montes.

Onde a flor da amargura deu perfume.

Onde a concha da mão tirou das fontes
Uma frescura que sabia a lume.





Vinde, amados senhores da juventude!

Tendes aqui o louro da virtude,

A oliveira da paz e o lírio agreste...



E carvalhos, e velhos castanheiros,

A cuja sombra um dormitar celeste

Pode tornar os sonhos verdadeiros.



Miguel Torga, Libertação































domingo, 17 de outubro de 2010

Lagares Cavados nas Rochas ( mais uma vez)


Na Sexta-Feira passada, acompanhámos os Dr. Manuel Martinez Cordero, Mª del Rocio Acha Barral, Luisa Romão e Gonçalo Paulino, até uma quinta em Santa Valha, depositária de um grande Património Arqueológico.

O Dr.º Adérito Freitas serviu de cicerone, nesta visita direccionada para os Lagares Cavados nas Rochas, mas a grandeza e sumptuosidade de tudo quanto pudemos observar, deixou os visitantes estupefactos.

Foram unânimes em afirmar que no local há vestígios de ocupação de várias civilizações:

Castreja, Fenícia, Romana e Medieval.

Quem sabe se a história de Valpaços e da região não começou a desenhar-se neste local e poderá ser interpretada nos diversos monumentos aí existentes e em muitos outros que, eventualmente, estejam soterrados...