Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Drº António Barbosa intervém na Assembleia Municipal de Valpaços



IDEIAS DA MINHA TERRA

Este texto não é mais do que um conjunto de reflexões e de ideias em relação ao concelho de Valpaços - terra que tão bem me soube acolher e adoptar.

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Tiveram lugar, em data recente, uma vez mais, as Festas do Concelho de Valpaços, em Honra da Nossa Senhora da Saúde.
Penso que, por um lado, não estamos a saber tirar partido dos milhares de forasteiros que, pelos finais de Agosto ou princípios de Setembro, nos visitam e que, por outro lado, em tempos de crise e de contenção, estamos a gastar mais do que devemos/podemos.
Entendo que não se justifica, nos tempos difíceis que vivemos, que 1/3 do orçamento das Festas (cerca de € 40000) tenha sido dispendido com a contratação de um músico ou grupo musical, sem qualquer tipo de contrapartida ou de vantagem, real e palpável, para Valpaços.
Nesta medida, segundo julgo, estamos a gastar com as Festas mais do que podemos/devemos.
Ainda no que respeita às Festas, entendo que os finais de Agosto/princípios de Setembro é a altura ideal para a dinamização da economia local e para a realização de uma mostra, global, dos nossos produtos.
A promoção dos nossos produtos - e, porque não, da nossa gastronomia - poderá/deverá ter lugar nos momentos em que, naturalmente, temos mais gente a visitar-nos.
Nesta perspectiva, será desejável que, nos próximos anos, essa mostra de produtos se realize, integrada nas Festas do Concelho.

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Quero, ainda, falar-vos do Monumento aos Combatentes do Ultramar, implantado na Rotunda da saída da cidade para Vassal.
Entendo, antes do mais, que é uma homenagem justa.
E as homenagens justas são intemporais; devem acontecer volvidos 2, 5, 10, 50 ou 100 anos; o que importa, realmente, é que se façam.
Para que a homenagem seja feita de forma plena e definitiva, só falta fazer constar naquela Rotunda o que me parece mais importante: a lista dos Valpacenses que perderam a vida em prol de ideais e valores que, ao tempo, eram defendidos e entendidos como os melhores para a nossa Pátria.
Só, desta forma, a homenagem é, realmente, concretizada.

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Por razões profissionais, não tive oportunidade de estar presente na inauguração do novo Centro Escolar de Valpaços.
Trata-se, no entanto, inegavelmente, de um conjunto de edifícios bonito, apelativo, “espraiados”, com condições óptimas para as nossas crianças.
Em termos, estritamente, arquitectónicos, atrevo-me a dizer que, do que conheço, é um dos Centros Escolares melhor integrado na paisagem.
Não posso deixar de sublinhar o aproveitamento de toda a envolvente ao Centro Escolar que está a ser realizado de forma coerente e com pensamento no futuro.
Ao investirmos nas nossas crianças estamos a investir no futuro.
Não devemos lamentar o que se gastou com a construção do Centro Escolar.
Não se trata, verdadeiramente, de um gasto mas, antes, de investir nas mulheres e nos homens de amanhã.

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No que respeita ao “Documento Verde” (desconheço porque lhe deram este nome e esta côr !!!) com vista à reforma da Administração Local que veio a lume há dias, gostava que fosse realizado, pela sociedade civil, um debate sério e aprofundado.
Esse debate terá que ter lugar, essencialmente, junto dos que vão ser mais afectados: nas respectivas Assembleias de Freguesia, nas Juntas - e, neste particular, os Presidentes das Juntas de Freguesia terão que assumir um papel preponderante; quer, no esclarecimento dos habitantes da sua freguesia, quer, no debate, quer, na posição que venham a assumir na defesa dos interesses da sua freguesia.
Nenhum responsável político se pode demitir desta obrigação, sob pena de, amanhã, vir a ser acusado de inércia ou negligência.

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Por último, tenho, ainda, mais um desafio a fazer às forças vivas deste concelho.
Uma das nossas obrigações é proporcionar às gerações vindouras um futuro melhor.
Não podemos, no entanto, esquecer as nossas raízes e as nossas tradições.
A crise que vivemos vai “obrigar” muitas pessoas a regressar à agricultura.
É nossa obrigação ensinar aos mais jovens como se faz o azeite, como se faz o vinho, como se fazem os folares, o fumeiro, os doces, o mel…
Uma articulação saudável entre o Município, as Cooperativas, os agricultores/produtores e os nossos idosos, pode levar à transmissão destes saberes e incentivar os jovens (inclusivamente, os do litoral - e recordo, a este propósito, que podem ser estabelecidas parcerias com escolas, com outras Autarquias, com os Ministérios da Educação e da Economia…) a vir a Valpaços, a conhecer a nossa Terra e, quem sabe, a fixarem-se na nossa região.
Não é um projecto megalómano, nem envolve grandes custos. Será, seguramente, um legado interessante e inovador.
Pode, ainda, projectar Valpaços e trazer à nossa terra muita gente.

António Ribeiro Barbosa
a.barbosa-6766p@adv.oa.pt






4 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns Doutor Barbosa!
Gostei desse texto/reflexão, brilhante no meu entender,que nos leva a pensar como poderemos inverter situações de crise e dar a volta por cima. O senhor é um "valpacense dos quatro costados", doa a quem doer, custe a quem custar...
Porque valpacense não é quem quer. Valpacense é quem traz esta terra no coração e, procura, com o seu esforço, que ela se torne a capital do Reino!
Até lá, vamos procurar rentabilizar o que temos de melhor - os produtos que a terra, generosamente, nos oferece e, outros, que as mãos hábeis de mulheres e homens confeccionam e oferecem ao Mundo!
O nosso futuro é, sem dúvida, a agricultura.
Futuro, passado e presente!

Anónimo disse...

Meu Deus, como se pode usar tanta falcidade! Nossa terra ? Onde vive esse este senhor ? Quem lhe escreve os textos, não será ... não será... alguém que um dia também queria ser presidente? Pensem!.. Também queria... mas não foi! Essa frustração existe para sempre! Valpacenses são todos aqueles que são sinceros! Saudações aos verdadeiros Valpacenses, sejam eles de Fornos do Pinhal, de Carrazedo Montenegro ou de Lebução.

Anónimo disse...

O comentário do anónimo das 14:10, além de destituído de bom senso é no mínimo redutor. E é-o na medida em que quer emparedar Valpaços nos limites desse concelho, sem margem para qualquer intromissão do exterior. E isto não faz o menor sentido, hoje, que o mundo tende a diluir as fronteiras para que possamos interagir com todos, nesta aldeia global.
Alargue os seus horizontes porque

"Minha terra é todo o mundo
Todo o mundo me pertence
Aqui me encontro e confundo
Com gente de todo o mundo
Que a todo o mundo pertence"

O Drº Barbosa pode dormir em Chaves ou onde bem lhe aprouver. Mas é em Valpaços que tem o seu Escritório de advogado, é aí que ele almoça toma café e janta muitas vezes. Valpaços é a terra que ele adoptou e fê-lo com amor, dedicação e entrega.
Que seria de Valpaços se não tivesse vindo de Mirandela um Presidente como o que está à frente desse Município há tantos anos?
Esse seu bairrismo balofo, pindérico, não o levará longe, oiça o que lhe digo.
Deixe o Drº Barbosa em paz, ou por outra, olhe para ele e procure imitar o seu comportamento. Não sei se o conseguirá, porque estas coisas vêm do berço...

Anónimo disse...

Meu caro das 23:44: Já vi que temos homem para assumir cargos... Mas, parece que serão cargos no exército dada tanta defesa ao Sr. Barbosa como valpacense e homem com berço. Não julgue o berço dos outros. Espere pacientemente para ver... Não fique nervoso...