Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Vejo da minha janela, bem no meio do jardim, uma roseira amarela




Vejo da minha janela,
Bem no meio do jardim,
Uma roseira amarela
Que foi plantada por mim
Faz anos.
Nos meus planos,
Aquela haste pequenina,
Que cortei com muito amor
Na terra de minha mãe,
Perfumaria a cozinha.
E traria cor,
Também,
Àquele muro cinzento
De frio e pardo cimento.
Quis indicar-lhe o caminho
Com um esteio de castanho
Que lhe amarrei com carinho...
Ela cresceu, mas estranho,
Deixou de parte o esteio,
Como a querer-me dizer
Que em matéria de destino,
Que caminho e por que meio,
Era ela a escolher!
Rastejou discretamente,
Trepou pelo azevinho,
Foi confundir os limões
E quando os figos chegaram
Já ela tinha os botões
Abraçados à figueira.
E esta minha roseira,
Livre de amarras e peias,
Tomou conta do jardim.
Partilha comigo, a meias,
O perfume inebriante
E este amarelo de sol
Que me aconchega e envolve.

Minha roseira amarela,
Tão sem peias nem mordaça,
Podias chamar-te Graça.
Como eu livre e singela,
Senhora do seu destino!
António Manuel















































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