Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Ensina-me a distinguir o melro da cotovia nunca soube o que era ouvir o galo a anunciar o dia




Beirã _podia

ser transmontana


Quero ir à tua terra
Beirã
Onde correm fios de água
Entre goivos e hortelã
Ensina-me a distinguir
O melro da cotovia
Nunca soube o que era ouvir
O galo a anunciar o dia
Tília trevo e açafrão
Erva pura pimentão
Louro salsa e cidreira
Urze brava e dormideira
Vou pedir para me levares
Ao teu mais secreto atalho
Para lá de hortas e pomares
Entre pólen e orvalho
Revela-me os teus segredo
As geleias e os licores
Quero contigo aprender
Cheiros ervas e flores
Tília trevo e açafrão
Erva pura pimentão
Louro salsa e cidreira
Urze brava e dormideira
Vai fiando a tua roca
De adágios e tecidos
Quero ouvir da tua boca
Os assombros mais antigos
Sou um pobre cidadão
Perdi o fio de mim
Um bichinho do betão
Que nunca viu o alecrim
Tília trevo e açafrão
Erva pura pimentão
Louro salsa e cidreira
Urze brava e dormideira

Wilson Costa, Moita


















































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