Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Quentes e boas! Acabou a apanha



Não fossem elas um dos frutos mais típicos e apreciados do Outono, eu tinha mesmo que vir falar das castanhas. São, por excelência, o fruto desta estação, já estando enraizadas na cozinha tradicional portuguesa, fazendo parte de uma grande variedade de pratos salgados mas também adoçando a boca dos mais gulosos, nas sobremesas em que são protagonistas.

Conhecida pelas suas excelentes qualidades nutricionais, a castanha é proveniente do castanheiro, sendo revestida por uma capa de picos, o ouriço, que acaba por secar e libertar o fruto. Esta é, portanto, uma excelente altura para aproveitar e comer castanhas, sobretudo porque se pode dar um passeio no campo, em família, a dois ou com os amigos e assim passar um dia diferente e inesquecível à procura de castanhas ao mesmo tempo que pode apreciar e disfrutar das belas paisagens pintadas em tons castanhos e dourados que a natureza tem para oferecer.

É dos alimentos mais antigos da humanidade, e durante muito tempo foi um ingrediente de eleição na europa, tendo sido mais tarde destronada pela batata, quando esta foi introduzida no continente europeu, na época dos descobrimentos. As classes mais baixas utilizavam-na como acompanhamento de refeições ou para fazer farinha que seria posteriormente transformada em pão, enquanto que nas cozinhas mais nobres era consumida apenas em alturas de festa, sendo servida em grandes banquetes e como acompanhamento de pratos mais sofisticados.

Desde sempre a castanha foi reconhecida pelas suas propriedades nutritivas. Incluídas no grupo dos frutos secos, como as nozes, as amêndoas e as avelãs, elas apresentam uma quantidade de fibra e amido bastante superior e uma quantidade de proteína e gordura muito mais reduzida, quando comparadas com aqueles frutos, o que faz delas também um fruto seco menos calórico. Devido à sua grande concentração de amido, hidrato de carbono de absorção lenta, é recomendada na dieta de pessoas diabéticas. Para além disso são isentas de glúten o que faz delas um alimento excelente para celíacos.

Por esta altura é muito comum sentirmos o cheiro maravilhoso das castanhas assadas no ar, enquanto passeamos pelas ruas dos grandes centros. Aqui e ali avistam-se os vendedores de castanhas assadas que apregoam “Quentes e Boas, Quentinhas!”, convidando quem passa a provar as melhores castanhas e assim afugentar o frio que já se faz sentir. Aquele cheiro que se espalha por toda a cidade faz-me voltar aos tempos de criança, quando eram feitos os magustos em família. Era uma alegria ver toda a gente reunida à volta de uma fogueira, sentindo o conforto do calor das chamas, enquanto se davam golpes nas castanhas que depois iam a assar nas brasas. Era sempre na altura do S. Martinho, o santo ao qual está atribuída a popularidade das castanhas que, na sua maioria são consumidas assadas ou cozidas com erva-doce. Mas além de assadas, as castanhas podem ser confecionadas de muitas outras maneiras, nas sopas ou nos purés, como acompanhamento de pratos de carne ou peixe, em saladas e guisados ou até no pão e muitas vezes como substituto de outros fornecedores de hidratos de carbono, como a batata ou o arroz. Existe toda uma variedade de receitas nas quais podemos usar este fruto, bastando para isso dar largas à imaginação.
Fonte: Alegro



















































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